Por: Diana Silva
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Uma dieta baixa em carboidratos fermentáveis pode auxiliar no alívio de sintomas digestivos como distensão e dor abdominal, flatulência e diarreia.
FODMAP´s
FODMAP (Fermentable, Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides, and Polyols) é uma classe de hidratos de carbono, cujo consumo em algumas pessoas pode estar associado a alterações no processo digestivo.
Estes Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis são um grupo de carboidratos fermentáveis de cadeia curta que não são completamente digeridos ou absorvidos no intestino e que por esse motivo podem levar a alterações no processo digestivo.
Não digeridos totalmente pelo trato digestivo, os FODMAPs são fermentados pelos microrganismos que habitam o intestino grosso, levando a uma maior produção de gases. Por outro lado, apresentam grande capacidade de atrair água no trato gastrointestinal, através de um efeito osmótico. A combinação desse fluido adicional e o aumento de gases pela microbiota intestinal pode retardar a digestão, resultando em gases, inchaço, dor ou diarreia.
O nosso sistema digestivo está preparado para processar alguns alimentos que não podemos digerir totalmente – como por exemplo, fibra dietética, que tem um papel importante na saúde digestiva.
Alimentar as bactérias no intestino faz parte de nosso arranjo simbiótico com essas bactérias. Contudo, algumas pessoas com intestinos sensíveis ou alterações digestivas, experienciam um nível de indigestão desses alimentos que afeta significativamente a sua qualidade de vida.
Dieta com restrição de FODMAPS
A dieta com baixo teor de FODMAP, conhecida como Dieta Low FODMAP, restringe temporariamente esses carboidratos com o objetivo de aliviar os sintomas, bem como reparar e restaurar o equilíbrio saudável da flora intestinal (microbiota intestinal).
Por outro lado, permite identificar quais os alimentos a que cada pessoa é mais sensível, uma vez que nesta dieta, estes serão reintroduzidos de uma forma gradual.
Quem beneficia
A dieta com baixo teor de FODMAP é uma abordagem específica para identificar alimentos que podem estar a causar ou potenciar sintomas de desconforto gastrointestinal.
A redução de FODMAPs é considerada uma dieta terapêutica, eficaz em adultos com Síndrome do Intestino Irritável (SII) e o supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO).
Também é eficaz como uma dieta (a curto prazo) para quem tem problemas digestivos crónicos (distensão abdominal, flatulência, diarreia), em que se pretende isolar os alimentos que podem estar associados a estes sintomas.
Alternativamente, a dieta com baixo teor de FODMAP pode ser usada para descobrir sensibilidades alimentares. A intenção é isolar os seus ‘gatilhos’ alimentares e, em seguida, reintroduzir tantos alimentos quanto possível.
Estudos sugerem ainda que a redução de FODMAPs na dieta pode beneficiar outras condições, como: doença celíaca, sensibilidade ao glúten não celíaca, endometriose, cólica infantil, dispepsia funcional, fibromialgia, esclerodermia, síndrome da fadiga crônica, doença de Crohn e colite ulcerativa.
Em que consiste
A dieta tem três fases: uma fase de eliminação, uma fase de reintrodução e uma fase de manutenção personalizada.
Eliminação – Nesta primeira etapa, elimina-se todos os carboidratos com elevado teor de FODMAP por 2 a 6 semanas. Os sintomas podem melhorar imediatamente ou ao longo de várias semanas.
Reintrodução – Nesta etapa, serão reintroduzidos FODMAPs de uma forma controlada e regular para identificar quais alimentos os tolerados as quantidades em que podem ser introduzidos.
Personalização – ajuste personalizado da dieta com base nos resultados da fase de reintrodução.
Para a introdução de uma dieta em low FODMAPs, recomendamos que veja um especialista que possa ajudá-lo a tirar o maior benefício desta dieta, sem correr o risco de carências nutricionais.